Entrelinhas

sexta-feira, 9 de julho de 2010

4ever

Ele não era o tipo de garoto apaixonável. Paixão e amor eram prováveis palavras inconstantes em seu vocabulário. Ele era o tipo de garoto apaixonante. Com quase vinte anos, ainda me lembrava alguns dos meninos de dezessete que conheço. Com camisas listradas e calças apertadas demais pra chamar atenção ou por pura falta de capricho. Estilo peculiar de garoto, barba bem feita, às vezes por fazer. Tinha lábia, pura conversa fiada. Conversa encantadoramente fiada. Atraia as garotas assim. Conseguia tudo que queria assim. Ninguém era capaz de lhe dizer um simples ‘não’. A alternância de suas palavras em críticas seguidas de elogios parecia ser a tática perfeita. Não havia falha alguma no seu processo de conquista. Era impecável. Ele era impecavelmente perfeito – à primeira vista. Pobres garotas que ousavam planejar um futuro com ele em seus sonhos. Decepcionar-se-iam em questão de meses, talvez dias. Ele não era o garoto certo para planos, muito menos para um futuro programado. Ele era perfeito, e talvez justamente isso o tornasse tão imperfeito e tomado por defeitos. Sem contar aquela pretensão irritante. Ele sabia que era bom, sabia que estava a frente de alguns e isso o tornava absurdamente prepotente. E, até o dia que a pessoa que faça meu coração se render não chegar, ele vai continuar sendo aquele meu mesmo tipo certo de cara errado...

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